quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Senhora do Rosário





A capela de Nossa Senhora do rosário do Monte fica situada a 4 Km do lugar de São Pedro da Silva, ao qual pertence.

Foi edificada uma pequena ermida, por volta do ano de 1430 a pedido de uns missionários Dominicanos de Vila Real e foi reconstruída e ampliada em 1780. O tecto da Capela-Mor é formado por uma abóbada da granito de grande beleza. Tem ao lado um fontanário com água de boa qualidade e a casa do ermitão, habitação destinada ao zelador da capela, que nesse tempo aí morava.

Tem uma confraria que foi constituída por duas irmandades, a última formada no ano de 1888 e que existe até hoje. Os sócios da Confraria pagam todos os anos uma quota e quando morrem reza-se uma missa com ofício e pagam a lutuosa, que é mais uma pequena quota.

Pela beleza do local e do santuário, houve em tempos volência com o lugar de Caçarelhos, o que deu origem a feridos e pelo menos um morto pelo ano de 1920.

A festa principal era feita no dia 25 de Março e era dedicada também ao Evangelista São Marcos, que tem um altar exterior na parte norte da capela.

Nos tempos mais recentes, a festa é feita no primeiro Domingo de Maio, constando da missa solene e do Encontro com duas imagens de Nossa Senhora: a do santuário e a de São Pedro. Esta era, em tempos, transportada pela mocidade da aldeia e acompanhada das crianças vestidas de Cruzada. Hoje, já é transportada numa carrinha e já não há crianças para ir de Cruzada.

Esta festa é também um encontro de famílias e amigos comendo as merendas juntos. A festa foi durante algum tempo paga por emigrantes e devotos de Nossa Senhora pelas Graças recebidas, que tem sido muitas. A Senhora do Rosário foi o amparo das Mães e a protectora dos soldados desta terra durante a guerra de África.

A Senhora do Rosário tem uma comissão de festas que tem a duração de três anos e cada um dá o melhor que pode e sabe.

Agora, mais recentemente, em 1997, foi criado o convívio de Agosto, para dar resposta aos emigrantes devotos de Nossa Senhora do Rosário que não têm a oportunidade de estar na festa de Maio. A comissão de festas achou por bem fazer uma missa no mês de Agosto, com o respectivo convívio, e juntar todos os emigrantes, bem como ooutras pessoas, que queiram e possam participar. Celebra-se uma missa e, no fim, temos uma grande fogueira com boas brasas para assar sardinhas, chouriças e outras carnes, com bom vinho e pão para todos quantos quiserem participar. Depois de comer, cantam-se cantigas tradicionais, fazem-se jogos e trocam-se ideias. também há oportunidade de encontrar pessoas que já muitos anos que não se viam, por se encontrarem deslocados por várias partes do mundo. Eu, por exemplo, já lá me encontrei com pessoas que há mais de 40 anos não via.


Também conta a lenda que, em tempos, queriam levar a imagem da Senhora do Rosário para Miranda do Douro, por ser uma imagem muito bonita. Fizeram três tentativas e, quando a imagem chegou à saída do recinto, virou-se em cima do andor, com a frente para trás, e abriu uma racha na cara. Já foi mandada restaurar, mas a racha continua sempre bem visível e conta o povo que Ela não queria sair daquele local.


Leonor Esteves Fidalgo

2 comentários:

pront'habitar disse...

Essa parece-me ser uma terra sossegada. Bem mais calma do que esta onde estou.

Glória disse...

Muito bem senhora Leonor!!!!!

Os meus parabens também ao autor do blog e aos autores/as dos textos.

Bem hajam.

Glória Fidalgo