terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

As minhas vacas




Estas são as minhas vacas no lameiro: são vinte e quatro vacas, um boi e o meu cão deitado lá no meio delas.
Em primeiro lugar, logo de manhã cedo, assim que me levanto, tenho que ir dar-lhes de comer, dar-lhes aveia, e deitar os vitelos a mamar.
Depois dali a pouco tenho que ir a deitá-las para a pastagem, para o lameiro, e depois tenho que ir com elas, porque se não, elas não param.
Depois também tenho que semear ervas para elas pastarem, por exemplo, "beia", “ferranha”, “azebem”, etc.
É preciso semear aveia – que será segada com a debulhadora, para deixar para seco -, para elas comeram durante todo o ano. Isso dá muito trabalho: é preciso lavrar, semear, segar, juntar, enfardar, fazer os rolos e ir metê-los no estábulo. Depois é preciso deixar alguma aveia para seco, para semente para o ano seguinte. A debulhadora já fica muito cara e, isto, o trabalho da agricultura é muito cansativo e não dá nada de lucro.
As pessoas, se forem a deitar contas aos gastos que têm, não dá para nada, não dá resultado nenhum. Depois, os adubos também estão muito caros e se uma pessoa não deitar adubo às terras não dão nada e uma pessoa vai deitar adubos e a comprar as sementes fica praticamente sem nada.




Fátima Vicente

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