quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A minha casinha




A casinha que me viu nascer e crescer.
Foi construída há muitos anos, mais precisamente no ano de MDCCCLVI. Tem a área aproximada de 100m2 e é constituída por rés-do-chão e 1º andar . Do rés-do-chão fazem parte a despensa, a adega, a tulha do grão e a cozinha. No 1º andar, o sobrado de madeira está dividido em três quartos grandes, passando de uns para outros, não tem quarto de banho, pois nessa altura não se pensava em tal, e também não havia água canalizada, era preciso ir buscá-la à Fontanica.

Mas continuando a descrever a minha casa, ela é grande de verdade, tem vários anexos, como forno para cozer pão, que ainda uso algumas vezes; também serve este compartimento para curar o fumeiro e os presuntos; tem um vasto curral onde se guardava o carro das vacas e hoje o tractor, o pequeno estábulo que albergava as 6 vacas, a burra e a corteilha dos porcos que então se criavam; ainda mais o palheiro para guardar todos os mantimentos, como a palha, feno e lentilhas.
É a minha primeira casinha de que guardo muitas recordações. Apetece-me vê-la sempre assim, pois é assim a casa dos lavradores, tinha espaço para tudo, ao contrário das dos dias de hoje, que são só para viver as pessoas.
São mais confortáveis, mais limpas, mais divididas, mas ao mesmo tempo mais cansativas, porque é preciso estar sempre a limpar o pó dos móveis, enquanto na outra se varria com um vassouro de escobas e já estava!

Mas é assim a evolução da sociedade.
Maria Inácia Esteves

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